quinta-feira, 28 de abril de 2011

Rios do Brasil

Rio de Lágrimas



Rio de Lágrimas
 Almir Sater




O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora

Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora



La na rua onde eu moro só existe uma nascente

A nascente dos meus olhos ja formou agua corrente

Pertinho da minha casa ja formou uma lagoa

com a lagrima dos meus olhos por causa de uma pessoa



O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora

Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora



Eu quero apanhar uma rosa, minha mão ja não alcança

eu choro desesperado igualzinho a uma criança

duvido alguém que não chore pela dor de uma saudade

quero ver quem que não chora quando amar de verdade



O rio de Piracicaba vai jogar água pra fora

Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora



Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora



Quando chegar a água dos olhos de alguém que chora

Sonho Molhado



Sonho Molhado
Gilberto Gil




Faz muito tempo que eu não tomo chuva

Faz muito tempo que eu não sei o que é me deixar

molhar

Bem molhadinho, molhadinho de chuva

Faz muito tempo que eu não sei o que é pegar um toró



De tá na chuva quando a chuva cair

De não correr pra me abrigar, me cobrir

De ser assim uma limpeza total

De tá na rua e ser um banho

Na rua

Um banho



De ser igual quando a gente vai dormir

Que a gente sente alguém acariciar

Depois que passa o furacão de prazer

Ficar molhado e ser um sonho

Molhado

Um sonho



Eu vou dormir (enxutinho)

E acordo molhadinho de chuva

Sobradinho



Sobradinho
Sá E Guarabyra



O homem chega e já desfaz a natureza
Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar

O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar


O sertão vai virar mar...
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão


Vai virar mar,
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão


Adeus Remanso, Casa - Nova, Santo-Sé
Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir
Debaixo d'água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
E o povo vai se embora com medo de se afogar

O sertão vai virar mar...
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar,
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Remanso,Casa-Nova,Santo-sé,Pilão Arcado
Sobradinho
Adeus,adeus!

http://www.vagalume.com.br/sa-e-guarabyra/sobradinho.html

Planeta Água



Planeta Água
Guilherme Arantes




Água que nasce na fonte serena do mundo

E que abre um profundo grotão

Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão

Águas que banham aldeias e matam a sede da população

Águas que caem das pedras no véu das cascatas, ronco de trovão

E depois dormem tranquilas no leito dos lagos, no leito dos lagos



Água dos igarapés, onde Iara, a mãe d'água é misteriosa canção

Água que o sol evapora, pro céu vai embora, virar nuvem de algodão

Gotas de água da chuva, alegre arco-íris sobre a plantação

Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão

E sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra


Terra, planeta água...
 
http://www.vagalume.com.br/guilherme-arantes/planeta-agua.html

Tempo Rei




Tempo Rei Gilberto Gil

Não me iludo

Tudo permanecerá do jeito

Que tem sido

Transcorrendo, transformando

Tempo e espaço navegando todos os sentidos



Pães de Açúcar, Corcovados

Fustigados pela chuva e pelo eterno vento

Água mole, pedra dura

Tanto bate que não restará nem pensamento



Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei

Transformai as velhas formas do viver

Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não não sei

Mãe Senhora do Perpétuo socorrei



Pensamento, mesmo fundamento singular

Do ser humano, de um momento para o outro

Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos



Mães zelosas, pais corujas

Vejam como as águas de repente ficam sujas

Não se iludam, não me iludo

Tudo agora mesmo pode estar por um segundo



Tempo rei, ó tempo rei, ó tempo rei

Transformai as velhas formas do viver

Ensinai-me, ó Pai, o que eu ainda não sei

Mãe Senhora do Perpétuo socorrei



http://www.vagalume.com.br/gilberto-gil/tempo-rei.html#ixzz1KpgR3mkv
 
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